As cores, potencializadas pela iluminação correta, influenciam no comportamento das pessoas. Em uma clínica é fundamental que os clientes se sintam confortáveis e relaxados. Não é o local adequado para grandes inovações estéticas na arquitetura, na decoração ou nas cores. É um ambiente que precisa usar estas ferramentas de forma terapêutica, no sentido de acalmar e reduzir o stress.
Principalmente quando usadas em grandes extensões (como nas paredes), são interpretadas por nós como símbolos, devido ao contato que temos com elas, como espécie humana, desde o início dos tempos. Por isso, o uso das cores em grandes quantidades e em grande saturação dentro dos ambientes pode causar as seguintes reações, que serão maiores ou menores dependendo da sensibilidade de cada pessoa e de sua história de vida pessoal:
– Vermelho: aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. Simboliza o perigo, reagir ou fugir. Pode auxiliar, em pequenas quantidades de cor e de tempo, a fazer uma pessoa deprimida reagir, tomar uma atitude, “acordar”. É uma cor que deve ser usada com cuidado e com estratégia, pois pode causar muito mal.
– Rosa: cor da fragilidade e da submissão. Não deve ser usada como cor principal em quartos de meninas, clínicas ou qualquer outro ambiente onde seu uso possa fragilizar o usuário. Poderia ser usada para abrandar um ataque de fúria, por exemplo.
– Laranja: estimula o apetite e a conversação. Aumenta os “apetites do corpo”. Estimula os relacionamentos, ajuda a pessoa a se abrir, a se expor. Cor alegre e jovial, mas é também uma cor quente, que deve ser usada com cuidado, apenas em situações especiais.
– Amarelo: simula a luz do sol e incentiva a prática de atividades físicas. Cor quente e extremamente estimulante, que não deve ser usada em paredes na área da saúde. Pode reduzir o limiar da dor. Uma pessoa anestesiada pode confundir pressão com dor, se estiver na presença do amarelo, de tão estimulante que ele é.
– Verde: estimula o relaxamento físico e a harmonia do indivíduo com o ambiente. Reduz a pressão arterial e diminui o ritmo dos batimentos cardíacos. Os tons mais cítricos geram sensação de limpeza, higiene e asseio.
– Azul: estimula o relaxamento mental, relaxa o espírito e faz a pessoa se lembrar de seus conhecimentos. Usada em conjunto com o verde cria muito relaxamento e paz.
– Violeta: estimula a fé e a espiritualidade, eleva o espírito. Pode ser usada para que a pessoa acredite no tratamento, para que tenha fé de que vai dar tudo certo.
– Bege, palha, gelo, cinza, areia, marfim: dão a sensação de camada de pó sobre as paredes e pisos. Lembram sujeira disfarçada ou dia nublado (no caso do gelo e do cinza). Suscitam sentimentos de tristeza, nostalgia, melancolia e falta de vitalidade. O cinza pode causar sentimentos depressivos.
– Marrom: representa a densidade e o peso dos solos. Pode lembrar sujeira quando usado em pintura ou textura. O marrom gera sensação de conforto psíquico, conforto da pessoa com ela mesma, sensações que conseguimos ao usar o marrom natural, que vem nas pedras, no couro, na madeira. O excesso de marrom pode fazer com que a pessoa se sinta tão bem consigo mesma que passa a se afastar dos outros.
– Preto: representa a finitude, o fim. Para um adolescente pode significar o fim da infância, e isso é bom para ele. Para um idoso ou doente pode significar o fim da vida… o preto como imagem mental pode significar depressão profunda.
Somos criados no sentido de desenvolver expectativas em relação aos ambientes e quando um ambiente não produz os estímulos que esperamos, algo nele parece nos desagradar e então o rejeitamos. As cores precisam ser usadas nos ambientes da área de saúde de forma equilibrada e sem exageros para gerar o aspecto de higiene e tranquilidade que o cliente deseja e espera. Copiar as composições da natureza é a maneira mais garantida de se produzir um ambiente com as cores adequadas para essa finalidade.
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